O Banco Central anunciou na sexta -feira passada (4), uma nova ferramenta que promete transformar como as vítimas de golpes no PIX podem buscar uma compensação.
A partir de 1º de outubro de 2025, os usuários podem solicitar o retorno dos valores diretamente pelo pedido ou instituição financeira do banco, na qual a transação foi realizada. A funcionalidade será exclusiva para casos de fraude, golpes ou crimes relacionados ao sistema de pagamento instantâneo.
Com a implementação, o processo que anteriormente dependia do contato com centros de serviço ou envio de solicitações formais será substituído por um modelo totalmente digital. O objetivo, de acordo com o Banco Central, é acelerar a contestação de transações e oferecer mais segurança aos usuários do PIX, que foram consolidados como um dos meios de pagamento mais populares do país.
Parte da melhoria do Med

A nova funcionalidade faz parte das melhorias no mecanismo de retorno especial (MED), criado em 2021 para facilitar o retorno de valores enviados incorretamente em casos específicos. O MED já permitiu bloqueios e retornos em situações comprovadas de fraude, mas exigia um desempenho mais direto das instituições e muitas vezes causavam um atraso na resolução.
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Como o pedido de retorno de golpe no PIX?
A atualização no sistema permitirá que qualquer usuário se registre, através do próprio aplicativo do banco, um concurso de transação considerado suspeito.
Validade de 80 dias para contestar
Contentações podem ser feitas para transferências feitas nos últimos 80 dias. Após esse período, não será possível solicitar a devolução dessa maneira.
Registro direto pelo aplicativo
No momento da defesa, o aplicativo perguntará ao usuário o tipo de golpe sofrido. As categorias devem incluir, por exemplo:
- Fraude com engenharia social (como o golpe do Falso Funcionário);
- Uso inadequado de dados pessoais;
- Aplicações falsas ou links fraudulentos;
- Clonagem de aplicativos de mensagens.
A instituição deve fornecer um número de protocolo ao usuário e iniciar o processo de bloqueio de recursos com o receptor original do valor.
Notificações automáticas e monitoramento de processos
Tanto o remetente quanto o destinatário de transferência serão notificados do início da defesa. O usuário também pode rastrear o progresso da solicitação diretamente através do aplicativo, com acesso a informações detalhadas sobre prazos, documentos necessários e status do pedido.
Situações que não são contempladas pela nova ferramenta
O banco central enfatizou que a funcionalidade não será aplicada a todos os tipos de problemas com o PIX. Casos como:
- Erros de digitação de chave da torta;
- Envio para o destinatário errado sem envolvimento de fraude;
- Desacordos comerciais (como o produto não entregue);
não pode ser resolvido com a nova funcionalidade. Nesses casos, o usuário deve seguir os meios tradicionais de contestação, como negociação direta com o destinatário ou o acionamento de procon ou justiça.
Cancelamento do pedido
Outra novidade é a possibilidade de o usuário cancelar a defesa a qualquer momento, se ele desistir do pedido ou puder resolver o problema por outro meio. O cancelamento também será feito diretamente pelo aplicativo, sem a necessidade de contato adicional com a instituição financeira.
Impacto da medida na segurança da pix
A implementação da nova ferramenta visa reforçar a confiança no sistema PIX, que já move bilhões de reais diariamente. De acordo com o Banco Central, a funcionalidade representa outra etapa na consolidação do PIX como um meio seguro, acessível e transparente de realizar transações financeiras.
Reforço na prevenção de crimes digitais
A partir de outubro, com o processo digitalizado e mais ágil, é esperada uma redução significativa no número de fraudes consumadas, pois os usuários poderão agir rapidamente identificando transações suspeitas.
Além disso, o procedimento menos burocrático tende a desencorajar criminosos, que notarão um risco maior de rastreamento e bloqueio de valores.
O que as instituições financeiras dizem
Bancos e fintechs já estão se preparando para adaptar seus sistemas ao novo requisito. A maioria das instituições deve estar pronta para operar com a funcionalidade a partir da data estipulada.
Padronização e transparência
Segundo o banco central, as instituições devem seguir uma padronização mínima de informações nos aplicativos, que inclui:
- Opção visível e facilmente acessível para contestação;
- Explicação clara dos tipos de golpes contemplados;
- Informações sobre prazos e protocolos;
- Canal para enviar documentação digital.
Quais são os próximos passos?

A nova funcionalidade entrará em vigor em 1º de outubro de 2025. Até então, o banco central deve lançar materiais informativos para preparar as instituições públicas e financeiras para as notícias.
Campanhas educacionais
Também estão planejados campanhas de educação financeira e de segurança digital para alertar os usuários sobre como identificar e evitar golpes, bem como como usar corretamente a ferramenta de contestação.
Considerações finais
A decisão do Banco Central de ampliar os recursos do PIX, criando um canal direto para a solicitação de retorno no caso de golpes representar um avanço importante na proteção dos usuários. Com a nova funcionalidade, o processo de contestação será mais simples, mais rápido e mais acessível, contribuindo para a redução de danos causados por fraude digital.
Embora ainda restrito a casos específicos, a medida fortalece a confiança no sistema PIX e reforça o compromisso das autoridades com a segurança das transações financeiras. A expectativa é que, com o tempo, a ferramenta se torne um aliado importante no combate ao crime digital no Brasil.