A dúvida sobre a prescrição de dívidas de financiamento de veículos é comum entre os brasileiros que, após a aquisição de um carro financiado, enfrentam dificuldades financeiras para manter os pagamentos atualizados. Embora o financiamento seja uma das opções mais acessíveis para comprar um carro, ele também pode gerar complicações, como a inadimplência, o que pode levar a uma pergunta sobre o período de prescrição dessa dívida.
Neste artigo, esclareceremos como a prescrição de dívidas de financiamento de veículos e quais alternativas existem para resolver a maneira eficiente pendente.
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Qual é a prescrição da dívida de financiamento de veículos?

A prescrição de uma dívida é um instituto legal que determina o período máximo para um credor poder cobrar uma dívida no tribunal. Se esse prazo exibir, o credor perde o direito de exigir o pagamento judicial, embora o devedor ainda seja responsável pela quitação e possa ser cobrado de outras maneiras.
Quando falamos sobre financiamento de veículos, a prescrição segue as regras gerais do Código Civil Brasileiro. No caso de financiar um veículo, a questão mais frequente é quanto tempo a instituição financeira deve cobrar o valor da dívida no tribunal após o vencimento da última parte.
Quando a dívida de financiamento do veículo prescrever?
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De acordo com o artigo 206, parágrafo 5, Item I, do Código Civil, o prazo para prescrever a dívida de financiamento do veículo é de cinco anos, contado a partir da data de vencimento da última parcela não paga. Isso significa que, se o último pagamento do financiamento foi conquistado em janeiro de 2020, a instituição financeira tiver até janeiro de 2025 para buscar judicialmente a cobrança dessa dívida. Após esse período, a dívida será considerada prescrita e o credor não poderá mais recorrer ao judiciário para exigir o pagamento.
A prescrição impede o pagamento da dívida?
É importante entender que a prescrição não elimina a obrigação do devedor de pagar a dívida. A prescrição impede que a instituição financeira use a maneira judicial de cobrar o valor, mas não extinta a obrigação de pagar. Isso significa que, mesmo após o período de prescrição, o devedor ainda pode ser cobrado extrajudicial por acordos ou negociações com o credor.
Conseqüências do inadimplência de financiamento de veículos
O padrão no financiamento de um veículo pode ter várias consequências graves para o devedor, incluindo:
- Coleção de juros e multas: O atraso no pagamento de parcelas gera juros e multas, o que aumenta o valor total da dívida.
- Nome Negativação: O padrão é registrado nas agências de proteção de crédito, como Seasa e SPC, que afeta a pontuação de crédito do devedor, dificultando o acesso a novos financiamentos e até compras em comércio.
- Dificuldade em obter crédito: Com o nome negativo, o devedor tem mais dificuldade em obter novos empréstimos, financiamento ou cartões de crédito, o que pode prejudicar sua saúde financeira.
Pesquisa e apreensão de veículos: o que acontece antes da prescrição?

Quando a instituição financeira pode retomar o veículo?
Antes da prescrição da dívida, a instituição financeira tem o direito de iniciar um processo judicial para busca e apreensão do veículo se o devedor for padrão. Esse processo é regulado pelo Decreto-Law 911/1969, que permite à instituição retomar o veículo como uma maneira de recuperar o valor emprestado. A apreensão pode ser feita a qualquer momento antes da prescrição da dívida.
O que acontece após a apreensão?
Se o veículo for apreendido, o devedor terá cinco dias úteis para pagar o valor total da dívida, incluindo parcelas expiradas e futuras, juros, multas e custos processuais. Se você puder pagar o valor devido, o veículo será devolvido. Se o devedor não puder pagar dentro do período estipulado, o veículo será leiloado e o valor coletado será usado para cobrir a dívida. Se o valor obtido no leilão for insuficiente, o devedor permanecerá responsável pelo saldo restante.
O que acontece se o banco não localizar o veículo?
Em algumas situações, o banco pode não ser capaz de localizar o veículo para retomar. No entanto, isso não significa que a dívida tenha sido extinta. A dívida de financiamento continuará a existir, e o credor poderá continuar cobrando por meio de ações judiciais ou negociações extrajudiciais.
Portanto, mesmo que o banco não consiga localizar o veículo, o devedor ainda está sujeito a ser cobrado e sua dívida não prescreverá até que ele atinja o período legal de cinco anos, exceto no caso de interrupção ou suspensão do prazo.
Quais são os riscos para o devedor?
O não pagamento da dívida pode levar a uma série de riscos ao devedor, além da apreensão do veículo:
- Conversão para ação de execução: Se o devedor não regularizar a situação, a ação de busca e apreensão poderá ser convertida em uma ação de execução, o que permite o anexo de outros ativos do devedor, como contas imobiliárias ou bancárias.
- Multas por omissão: Se o devedor omitar informações sobre a localização do veículo ou não colaborar na entrega, ele poderá ser multado diariamente pela autoridade judicial.
- Crime de desobediência: Em casos extremos, o devedor pode ser responsabilizado criminalmente pela desobediência se ele se recusar a entregar o veículo ou omite informações sobre ele.
- Manutenção no registro de padrões: O devedor continuará com seu nome negativo nas agências de proteção de crédito, o que dificultará a obtenção de novos financiamentos e outras transações financeiras.
Fatores que podem influenciar a prescrição de dívida

Algumas situações podem interromper ou até suspender a contagem do período de prescrição da dívida de financiamento de veículos, incluindo:
- Reconhecimento da dívida pelo devedor: Se o devedor reconhecer a dívida ou solicitar o pagamento parcelado, o período de prescrição poderá ser interrompido.
- Ação de coleção: Se o credor se encaixar em uma ação judicial para cobrar a dívida, a prescrição será interrompida.
- Notificações de cobrança: O envio de notificações formais de coleta também pode suspender o período de prescrição.
Exceções à prescrição de dívida de financiamento de veículos
Embora a prescrição da dívida seja a regra geral, existem algumas exceções que podem alterar o prazo ou até suspender a prescrição, como:
- Fraude: Se a dívida de financiamento for contratada por fraude, o estatuto de limitações poderá ser suspenso ou interrompido até que a infração seja descoberta ou comprovada.
- Cláusulas contratuais específicas: Algumas cláusulas contratuais podem estabelecer prazos diferentes para prescrição ou até renunciá -la, mas essas cláusulas podem ser desafiadas no tribunal se forem consideradas abusivas.
O que acontece com o veículo após a prescrição da dívida?
Ao prescrever a dívida de financiamento, o veículo não altera automaticamente a propriedade. No entanto, as restrições registradas no documento do veículo, chamadas de Bastand, podem permanecer ativas, o que pode impedir a venda ou transferência de propriedades até que a situação da dívida seja resolvida.
Se a dívida prescrever, o devedor continuará sendo o proprietário do veículo, mas com as restrições de financiamento. Para regularizar a situação do veículo, o devedor deve seguir algumas etapas:
- Verifique o ônus em Detrã: A primeira etapa é acessar o registro do veículo em DeTran para ver se ainda existem restrições ativas.
- Negocie com o credor: Se houver saldo pendente, entre em contato com a instituição financeira para negociar o pagamento da dívida e a remoção do ônus.
- Remova o ônus e atualize o registro: Depois de pagar a dívida, solicite a remoção da oneração e atualize o registro do veículo com DeTran.
Imagem: Freepik e Canva