Ao lidar com a perda de um ente querido, além de lutar, muitas famílias enfrentam questões burocráticas envolvendo ativos, contas bancárias e valores que estavam por propriedade do falecido. Uma pergunta comum é: como acessar o dinheiro que foi interrompido em contas bancárias, investimentos ou sistemas governamentais?
A resposta, no entanto, requer cautela. Embora os herdeiros conheçam senhas ou tenham acesso aos dados bancários da pessoa falecida, o uso indevido desses recursos antes que o inventário seja concluído pode configurar um crime. Portanto, é essencial entender o caminho correto para a consulta e a redenção dos valores, observando a legislação atual e os procedimentos judiciais.
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Etapas iniciais: a pesquisa patrimonial do falecido

A importância do estoque na distribuição de mercadorias
O ponto de partida para receber qualquer valor em nome de um falecido é o inventário. É um processo que identifica todas as propriedades deixadas, como imóveis, veículos, investimentos financeiros, poupança e contas correntes, para compartilhar posteriormente entre os herdeiros legais.
Sem esse processo concluído, não é possível acessar ou mover saldos financeiros. Mesmo nos casos em que os membros da família sabem onde estão os recursos ou têm senhas, o uso desses meios é proibido até que o compartilhamento seja aprovado judicialmente ou extrajudicial.
Como consultar valores esquecidos em nome do falecido
O sistema de valor a receber (SVR) facilita a localização de recursos bancários não ligados
Uma das ferramentas mais usadas para localizar valores esquecidos é o Sistema de valor a receber (SVR)criado e mantido pelo banco central. O SVR concentra as informações sobre saldos residuais em contas bancárias fechadas, cotas de consórcios, taxas cobradas incorretamente e outros recursos financeiros não reservados.
Passo a passo para consulta no SVR
- Acesse o portal oficial:
- Insira os dados do falecido: CPF e data de nascimento.
- Digite caracteres de verificação de segurança e clique em “Veja”.
- Se houver valores recebendoSerá necessário fazer login com o Conta Gov.br do herdeiro ou inventor (não o falecido).
- No menu, selecione a opção “Valores para pessoas falecidas”.
- Confirmar os dados do falecido novamente, aceite o termo de responsabilidade e visualize as informações disponíveis.
Se houver valores localizados, o sistema informa a instituição financeira responsável pelo retorno. A próxima etapa é entrar em contato com este banco ou entidade, que indicará quais documentos devem ser apresentados para resgatar os valores.
Buscando outros valores fora do SVR
A justiça pode ajudar a localizar contas e investimentos ativos
Nem todo recurso deixado por uma pessoa falecida está registrada no SVR. Quando não há clareza sobre os bancos onde o falecido era responsável, uma alternativa é solicitar ajuda dos tribunais.
Nesse caso, o advogado responsável pelo inventário pode solicitar, através do Sisbajud (sistema de pesquisa de ativos do judiciário)Uma pesquisa detalhada de todas as contas bancárias e ativos financeiros vinculados ao CPF do falecido. O Sisbajud é uma ferramenta integrada para o banco central e o judiciário, garantindo acesso completo aos dados bancários.
Também é possível que o inventorCom a procuração legal, peça aos bancos diretamente as declarações e documentos necessários para identificar a existência de valores.
Como resgatar valores da pessoa falecida: o que a lei diz

Inventário é um pré -requisito na maioria dos casos
Depois que o processo de inventário é concluído, por judicial ou extrajudicial, os herdeiros podem efetivamente solicitar a retirada dos valores devidos. As instituições financeiras exigirão documentos que comprovam o compartilhamento de mercadorias, como:
- Ação pública de inventário e compartilhamento (em casos extrajudiciais);
- Compartilhamento formal emitido pelo juiz (em casos judiciais).
Com os documentos em mãos, cada herdeiro deve ir ao banco com a parte da herança para fazer a retirada ou a transferência de valores.
Exceções: quando é possível se retirar sem inventário
Embora a regra geral exija a conclusão do inventário, existe situações específicas onde a retirada pode ser autorizada com antecedência ou mesmo sem a abertura formal do processo.
Pequenas quantidades
Quando o único bom restante pelo falecido é um valor modesto – menor que 500 OTN (Obrigações do Tesouro Nacional)o equivalente a pouco R $ 13.000 em 2024 – Não há obrigação de abrir o inventário.
Nesses casos, o herdeiro pode solicitar um licença judicial para liberação de recursos. Esta licença é um procedimento mais simples e rápido, especialmente útil quando os valores são baixos e não há disputa entre sucessores.
Pagamento de despesas funerárias
Se a família não tiver fundos para suportar os custos do funeral, é possível pedir ao tribunal que divulgue o saldo bancário do falecido para esse fim. O pedido é feito através licença judicialApós a apresentação da prova de gastos com enterro.
Cobertura do próprio inventário
Da mesma forma, a justiça pode liberar parte dos valores do falecido para financiar honorários advocatícios, honorários de notário e custas judiciais do processo de inventário. O objetivo é permitir que o compartilhamento ocorra, mesmo quando os herdeiros não têm recursos imediatos para iniciá -lo.
Acesso ao Gov.br relato da pessoa falecida: o que é permitido

As senhas não devem ser usadas por terceiros
O sistema Gov.br Ele centraliza vários serviços digitais do governo federal, incluindo acesso ao SVR e outros benefícios. Embora a família tenha acesso à senha do falecido, o uso indevido da conta pode configurar fraude.
A recomendação é que Somente o inventor legalmente nomeado ter acesso a informações através de um Procurador digital reconhecido. Esse representante pode acessar os dados necessários, sempre respeitando os procedimentos legais e a transparência do processo de compartilhamento.
Conclusão
Os valores consultores e resgatados deixados por uma pessoa falecida é um direito dos herdeiros, mas o acesso requer cautela e respeito pelas regras legais. O uso irregular de senhas ou o movimento inadequado da conta pode gerar penalidades.
O sistema de valor a receber (SVR) é uma ferramenta eficiente para localizar valores esquecidos, enquanto o sisbajud via justiça permite o acesso a contas ativas. Nos dois casos, o inventário é a maneira central de garantir que a herança seja compartilhada legalmente, justa e transparente.
Imagem: Philip Steury Photography / Shutterstock