Desenvolvido por cientistas, o composto SLU-PP-332, ou “pílula de exercício”, foi projetado para ativar os receptores relacionados ao estrogênio (ERRs). Essas proteínas desempenham um papel no metabolismo energético, especialmente nos músculos e corações.
Nos estudos de camundongos, as notícias demonstraram imitar alguns efeitos do exercício aeróbico, como aumentar a queima de gordura, melhorar a força e induzir a perda de peso em animais obesos sem alterar o apetite. Mas o medicamento pode substituir a atividade física?
O que os especialistas dizem sobre a “pílula de exercício”
- Os próprios pesquisadores enfatizam que o composto não substitui aqueles que podem se exercitar.
- A intenção é oferecer uma opção terapêutica para pessoas que não podem praticar atividades físicas devido à idade avançada, doenças como câncer, condições genéticas, atrofia muscular ou outras limitações graves.
- Também poderia ajudar a preservar os músculos em pacientes que perdem peso com outros medicamentos.
Em uma entrevista com Visual digitalO Dr. Marco Aurélio Neves, ortopedista e especialista em cirurgia de quadril e joelho do Instituto de Mobilidade – SP, também deu sua perspectiva sobre a “pílula do exercício”.
É importante entender que a “pílula” está longe de substituir tudo o que o exercício oferece ao nosso corpo, disse ele. “Pode ser um complemento em casos muito específicos, mas não um atalho para quem pode -e deve permanecer ativo”.
Até agora, nenhum remédio foi capaz de replicar todos os efeitos do ano real, acrescentou Neves.
O exercício físico melhora a saúde de maneira integrada. Ele fortalece os ossos e as articulações, melhora a capacidade respiratória e cardiovascular, reduz os sintomas de ansiedade e depressão, estimula as conexões cerebrais e até fortalece o sistema imunológico. Além disso, o movimento tem um importante papel social e emocional: nos conecta com outras pessoas, melhora o humor e nos traz um senso de conquista. Nenhuma pílula é capaz de oferecer esse conjunto de benefícios.
Dr. Marco Aurélio Neves, ortopedista e especialista em cirurgia de quadril e joelho do Instituto de Mobilidade – SP
A “pílula do exercício” também pode ter um impacto negativo na adesão às atividades físicas e pode ser incompreendido como substituto e não como um recurso complementar, acrescenta o especialista. “Portanto, é essencial que exista no futuro uma comunicação clara e ética sobre sua indicação e limites. A atividade física é insubstituível para aqueles que podem praticá -la. Acredito que a pílula não seja um atalho para a saúde, mas uma ajuda para aqueles que não podem se mudar”.
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É crucial lembrar que todas as pesquisas sobre o SLU-PP-332 ainda estão em fase pré-clínica, testadas apenas em células e animais. Seus efeitos e segurança em humanos são desconhecidos. Portanto, embora seja um avanço científico interessante para necessidades médicas específicas, o SLU-PP-332 não substitui a viagem à academia ou a uma boa caminhada.